REBENTO

Sem mesmo ter despertado

espreguiça-se e, sonolenta ainda,

bate na parede, antes rija

de seu berço-semente

e surpreende-se

com a débil resistência

que a umidade e o calor

impuseram à película!

Lança frágil bracinho...

Hastil quase tão fino e delicado

quanto a sua raiz.

No entanto segue itinerário

contrário ao daquela,

guiada pelo calor da superficie,

busca a claridade!

Traz consigo,

a força de ser árvore!

Harto elo da prisca linhagem do horto!

Vibra por seu alegre potencial

de ser vida, fonte, sustento,

abrigo, hausto, alimento,

geratriz!

Mas, no momento é só um leve tegumento

abrindo sua quase e tão breve

folhinha, verde clarinha...

Desenrola grácil, seus milagres,

e, conforme o vento sopre ou não sopre,

ela acena sua folhinha,

toda feliz!!

Maria Mercedes Paiva

Maria Mercedes Paiva Paiva
Enviado por Maria Mercedes Paiva Paiva em 23/03/2007
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