REBENTO
Sem mesmo ter despertado
espreguiça-se e, sonolenta ainda,
bate na parede, antes rija
de seu berço-semente
e surpreende-se
com a débil resistência
que a umidade e o calor
impuseram à película!
Lança frágil bracinho...
Hastil quase tão fino e delicado
quanto a sua raiz.
No entanto segue itinerário
contrário ao daquela,
guiada pelo calor da superficie,
busca a claridade!
Traz consigo,
a força de ser árvore!
Harto elo da prisca linhagem do horto!
Vibra por seu alegre potencial
de ser vida, fonte, sustento,
abrigo, hausto, alimento,
geratriz!
Mas, no momento é só um leve tegumento
abrindo sua quase e tão breve
folhinha, verde clarinha...
Desenrola grácil, seus milagres,
e, conforme o vento sopre ou não sopre,
ela acena sua folhinha,
toda feliz!!
Maria Mercedes Paiva