"Um tanto de nada""
Deixei-me tatuar entre as pedras
razões que me embriagam
vacilo e caio, concretizo o que nego entre lábios
digo o que conheço, desconhecendo o que sei
respeitando apenas os dedos
passos doloridos de um trilhar
pois, eles gritam e não permitem dançar
teimo, valso, giro e volteio na agonia vivenciada
calma que não vem, ânsia desenfreada
e assim danço, na valsa da vida como nunca bailei
curvo-me agradecida pela indiferença
aplaudida entre as lajes, pedras deste solo
olhos passantes na calçada
viajantes de um mundo só
ensaiando apenas as palavras de um viver sem nó
mais fraterno, generoso
contudo, aqui entre braços e pernas
só vazio ... vejo-me lento, beirando ao nada
um tanto de dança, música e humano
um lar quieto, vago, vasto ...
... neste vazio acomodado, preguiçoso!
- Kátia Golau Cariad -