As indulgências gélidas na terra do sol quente.

Das indulgências de Maria Tereza

Rogadas ao pé da torre,

Desfez – se aos poucos

Despetalando feito rosa,

Dispersada aos ventos tolos,

Chegou aos pobres cá da planície.

Regou aos poucos aquela roseira,

Todos os dias, dando sentido aquilo

Com a vinda do frio viu as folhas caírem,

Suas flores secarem,

E as indulgências ainda assim permaneceram.

O inverno seguiu favorecendo os espinhos,

Ferindo quem admirava na estação passada

Todas as flores.

O sangue que verteu de sua mão

Fez Maria Tereza prostrar – se

Agradecendo aos céus pela beleza da flor.

Esqueceu durante o frio

Da feiúra imposta a quem já propiciara tanta beleza,

Alegrando os dias quentes,

Enchendo as vistas da gente.

Prostrada firme em sua devoção

Cuidando com afinco das ramas secas

De seu jardim,

Na esperança de um dia as ver floridas

A embelezar essas lonjuras.