Lira dos Vinte e poucos anos

Na lassidão das tardes nubladas

Procuro exortar aos pensamentos

Melhores rumos,

E as lembranças – Ah, as lembranças!

Acalentam o pranto inerte

Envolto de certames céticos

Converte os velhos dogmas em aforismos.

As liras compostas em pares

Conduz as horas bravamente,

E o tempo – constante inimigo.

Se vai aos trancos arrastando correntes pelo empoeirado chão.

As cortinas daqui são tão negras,

A parca luz dos candeeiros montam formas estranhas

Refletidas na parede.

Busco no abandono dessas vestes,

Conhecer de fato os xilemas

Deste complexo sistema artificial,

Mantido por inúmeros fios e sorrisos,

Diante das curvas dessa estrada,

E a ignorância fatídica nem faz notar

Que hoje a noite está enluarada.