O Outono
Sinto-me exasperado
ao alento putrescível
deste inerme enfarado;
Ó Viver, sejas vivo
e tenhas ar altivo!
Neste idílio insencível,
mostro-me crepuscular:
volúvel e previsível...;
O êxodo a oscular.
Ah, não tens relevante agrado,
Ó funéreos ares Outonais!;
Inda o Prisco é obliterado;
Inda ao sombrio se esvai os dias;
Inda eclodem as noites tíbias...
Ó eufóricos zéfiros Vernais
dum passado deleitável,
dai-me notórios sinais
de vossa ática vinda;
Ah, ó vida, terás tez linda!.
Leia-me nesta forma ínfima e olvidável
e tende, ó Vernais, compreensão:
Atravessai as águas do intransitável
e deixai-me ser estupefato;
Atravessai as linfas do fato
e trazei-me vossa álacre coloração...