A lírica do ensejo

Bem-te-vi da madrugada

que canta no sossego

deixo-te adentrar a morada

com a trova do conchego

A morada é minh´alma do estio

da grama embebida de orvalho

do verão com raiar frio

de um bosque com um atalho

bucólico, sigo a cantiga

medieval do arguto alaúde,

singela da cantiga amiga

sinto e escuto amiúde,

Entre bem-te-vi na lírica

Floresce nesta hora o campo

das paisagens de alquimia espagírica

no negrume surge o pirilampo

Pestanejando cintilação

atulhando o sentimento da noite,

Real se torna a imaginação

quando bate meia-noite

Adormecido na sensibilidade

suspensa da quimera

lírica Deidade

Sôfrego pela primavera

de despertar o viver

e o porvir reviver.

Amélia Queiroz
Enviado por Amélia Queiroz em 07/03/2013
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