Frio (2005)
Você mal saiu pela porta e já me arrependo.
Não devia ter brigado com você,
novamente por causa da banalidade conjugal
de uma vida à dois.
Você saiu tão seca, decepcionada.
Não disse o adeus rotineiro,
não fez o que faz todos os dias,
aquele mover gracioso de sempre...
Fico tão apaixonado.
Estou tão preocupado.
Foi minha estupidez,
ou nossa insensatez?
A brisa gelada assovia
quase canta a minha agonia.
Fico esperando qualquer aviso,
mas a campainha não toca.
A noite cai, áspera e
seca como minha garganta,
E eu não consigo dormir,
eu te vejo ali deitada...
Volte, está geando,
venha pra nossa casa!
Pois você completa essa rotina,
vou te procurar em todas as esquinas!
Vou esperar ansioso por sua chegada,
veja que a grama já está marcada
com as pegadas dos meus pés cansados.
Quero escutar seu adeus não pronunciado,
quero muito entender seu ressentimento,
então volte, volte pro meu lado...