Sina de mato

No entardecimento da mata

O vento desfolha,

Enquanto as folhas ventam;

A garupa da árvore sacoleja a fruta;

Enquanto a noite se esconde

Escurecendo o meu medo.

Na lua do meu desejo,

Namorados prateiam beijos

De olhos fechados na boca.

No meu ar quente e grilado

Não há melancolia

Nem silêncio escaldante.

Na boca dese ar

Há sede escondida;

Na língua seca do tempo;

O meu carvalho treme...

É uma coisa cigarra

Que come sua raíz distraída.

Daqui a dezessete anos

O carvalho será tenor

E as suas folhas soprano.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 01/03/2013
Reeditado em 01/05/2013
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