CANÇÃO DA CHUVA
O balé da chuva dança no telhado
embala meu sono, canta melodia,
antiga cantiga, cheia de harmonia,
onde o bom do dia, foi sonho marcado.
No balé dos pingos, dança o pensamento
que em par com o sono, deita e rola solto
e o sonho chega, no mistério envolto...
cuidando da noite... traz paz e alento.
O cheiro de chuva, molha então a cama,
aconchega o corpo, mas liberta a mente,
que voando livre, baila então contente...
e abraça o sonho, que a chuva reclama.
A chuva lá fora, dança em liberdade,
cheia de sentidos, cheia de fulgor,
e aqui por dentro o sonho invasor,
ocupa os espaços gerando saudade.
Cada pingo novo, cada gota inteira,
faz lindo bailado, compõe a canção,
e a chuva sábia solta na amplidão,
realiza sonhos na noite fagueira.
Na pauta da vida a chuva desliza,
num canto bonito, num sonho de amor,
e em tantos lugares... chuva poetisa,
vem com maestria seu verso compor!
Dete Reis