Retratos
Nos quadros dependurados das paredes frias
De uma casa sombria e sem vida
Retratos são revelados de uma felicidade momentânea
De dias já passados
Empoeirados deu-se lugar as teias de novos habitantes
Que se fez moradia pela ausência humana
Nas fotografias amareladas rostos inertes e congelados
Ilustram um sabor de viver em tempos difíceis
Que retorna a memória de quem observa
O retrato de uma historia que ficou marcada na lembrança
No breu da noite o amarelado quadro se apaga
Somente o zunir dos mosquitos são ouvidos
Desaparecendo na escuridão que se instala
Nas acomodações de cada cubículo
Restaram apenas quadros envelhecidos, quase sem vida
Em cada cômodo um lapso de recordação
Somente sobrou a decorrência do tempo ao chão
Permaneceram como nas fotos
Imóveis e sem prazer
Retratos pendurados sem saber o que fazer.