Retratos

Nos quadros dependurados das paredes frias

De uma casa sombria e sem vida

Retratos são revelados de uma felicidade momentânea

De dias já passados

Empoeirados deu-se lugar as teias de novos habitantes

Que se fez moradia pela ausência humana

Nas fotografias amareladas rostos inertes e congelados

Ilustram um sabor de viver em tempos difíceis

Que retorna a memória de quem observa

O retrato de uma historia que ficou marcada na lembrança

No breu da noite o amarelado quadro se apaga

Somente o zunir dos mosquitos são ouvidos

Desaparecendo na escuridão que se instala

Nas acomodações de cada cubículo

Restaram apenas quadros envelhecidos, quase sem vida

Em cada cômodo um lapso de recordação

Somente sobrou a decorrência do tempo ao chão

Permaneceram como nas fotos

Imóveis e sem prazer

Retratos pendurados sem saber o que fazer.

Felipe Beckmann
Enviado por Felipe Beckmann em 14/02/2013
Código do texto: T4139630
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