Descolorido

Descolorido

Seca, sede, fome e morte

pintam as telas do sertão

Vidas que se descolorem

e aquebrantam o coração

É o preto e branco gritando

clamando por atenção

pro verde que virou cinzas

por falta de compaixão

Águas que jorram dos olhos

não servem para beber

São só lamentos e tristezas

por falta do que comer

E o mormaço no céu fosco

sem vontade de chover

Contrasta o futuro tosco

que o sertanejo irá ter

E na terra pobre e seca

donde não germina o pão

A morte consome a fome

por não ter outra opção