(Des)ninguém

Solidão

Na multidão que me cerca

Na imensidão de tantos olhares...

Sorrisos escapam,

Olhares se perdem

E eu mergulho em mim

Buscando nem sei o quê,

Sentindo apenas uma vontade

De não ser ninguém.

Dentro de mim,

Sozinha,

Vasculho meus sonhos,

Procuro meus medos,

Espanto desejos tortos.

Assumida em (des)ninguém,

Sinto que a solidão

Me espreme

Me exprime

Me imprime.

E de tanto escavar sem fim

meu eu,

Minhas zonas,

Me perco no nada

E não consigo voltar à tona.

Adormeço em mim.