Tanatopraxia

Aqui jaz um homem retorcido pela morte.

Frio, seu sangue leitoso é chamado a terra.

E seus nervos retraídos pelo acaso da má sorte

Aos deuses putrefatos lutarão em guerra.

Nu, sobre mesa de aço fora conspurcado.

O podre em seu cerne, drenado com fenol

E a pele rija, de um pálido empoado

É mantida grotesca em seu banho de formol.

As larvas não sentirão seu cheiro mórbido.

Afundado em flores plásticas ao rito do estético,

Ressequido em álcool e outros compostos sórdidos,

Esquecido foi ele, em seu sacro leito sintético.

Kevin Barden
Enviado por Kevin Barden em 17/01/2013
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