Tanatopraxia
Aqui jaz um homem retorcido pela morte.
Frio, seu sangue leitoso é chamado a terra.
E seus nervos retraídos pelo acaso da má sorte
Aos deuses putrefatos lutarão em guerra.
Nu, sobre mesa de aço fora conspurcado.
O podre em seu cerne, drenado com fenol
E a pele rija, de um pálido empoado
É mantida grotesca em seu banho de formol.
As larvas não sentirão seu cheiro mórbido.
Afundado em flores plásticas ao rito do estético,
Ressequido em álcool e outros compostos sórdidos,
Esquecido foi ele, em seu sacro leito sintético.