Flagelo dos devedores. (tributo ao inferno)

Nessas terras de lamento o calor é modorrento.

Aqui sangue se apodrenta, sangue velho de tormento.

Jogados nesse solo jazem santos maculados

Presos à carne mucosa de seus ossos carbonizados.

Sente olor de podridão?

Ele nutre a necrosfera, alimenta seus diabos

Nos mantém presos a Ela.

Fique atento aos pais sem olhos, os com dentes navalhados...

Seus globos nada veem, mas se guiam por odor

Chupam tripas destrinchadas, e seus vermes inumados,

Vivem negros, pelos gritos, se bem fazem do torpor.

As almas que aqui prosperam aliviam suas dores

Nestas terras de escárnio largam-se a suas raízes

Espezinham conterrâneos em um mundo sem senhores

Aliviam seus martírios conspurcando meretrizes.

Não temem nada mais, lhes roubaram a esperança,

Pois a cruz que os persegue não pagaram sua cobrança

Humilharam-na com dança, com saber e liberdade,

Mas no fim dos tempos rasos, faz-se agora sua vontade.

Kevin Barden
Enviado por Kevin Barden em 14/01/2013
Reeditado em 14/01/2013
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