Flagelo dos devedores. (tributo ao inferno)
Nessas terras de lamento o calor é modorrento.
Aqui sangue se apodrenta, sangue velho de tormento.
Jogados nesse solo jazem santos maculados
Presos à carne mucosa de seus ossos carbonizados.
Sente olor de podridão?
Ele nutre a necrosfera, alimenta seus diabos
Nos mantém presos a Ela.
Fique atento aos pais sem olhos, os com dentes navalhados...
Seus globos nada veem, mas se guiam por odor
Chupam tripas destrinchadas, e seus vermes inumados,
Vivem negros, pelos gritos, se bem fazem do torpor.
As almas que aqui prosperam aliviam suas dores
Nestas terras de escárnio largam-se a suas raízes
Espezinham conterrâneos em um mundo sem senhores
Aliviam seus martírios conspurcando meretrizes.
Não temem nada mais, lhes roubaram a esperança,
Pois a cruz que os persegue não pagaram sua cobrança
Humilharam-na com dança, com saber e liberdade,
Mas no fim dos tempos rasos, faz-se agora sua vontade.