Alcunha de Poeta Sofredor
Sob a luz trêmula caminha triste
Um solitário homem cheio de vazio
Um peito machucado, um coração vadio
Que agora teima em não amar
Na ladeira desce com sofreguidão
No rosto escorre lágrimas de solidão
E na alma um pouco de amargura
Que de tanto amar com ternura endureceu o coração
Na curva de uma estrada assenta-se uma tal morte
Espreita a ver se há alguém no caminho
Eis que surge o homem sozinho
Este homem agora lutará pela vida
Não o leve, oh! morte bandida
Deixe-o seguir em paz sua jornada
Morrer é sacrifício que nada acrescenta
Viver é mais que tormenta para que sejas purificado
Deixo-o passar debalde e tristonho
Que sigas em seu silêncio tumular
Eis que passa o homem solitário
Pesado lhe é este fadário, vejo que estás a chorar
Peregrino de uma saudade medonha
Parece-me ter a alcunha de Poeta Sofredor
Escreve versos em tristes trovas, é como se fizesse prova
De sua capacidade de ser lúdico e contador
Conto-lhe a história desse trovador
Conto para quem já é entendido
Qualquer semelhança não é mera coincidência
Que esse tal Poeta Sofredor se pareça tanto comigo