Retrogosto de vinho e Chanel- Um poema de paixão e morte
Além da noite escura há uma esperança
Quando os amantes já adormeceram
Repousam frios em seu leito
Caídas ao chão as taças que sorveram
Suas mãos entrelaçadas, mãos bem apertadas
Lábios pálidos, olhos lampejantes
A cena me é cortante
Dói na alma de quem os observa
Sinais de uma noite de amor
Retrogosto de vinho e Chanel
Caneta tinteiro em cima do aparador
E umas frases de amor num lencinho de papel
Na cartinha dizia: “... eternos apaixonados”
Ao fundo ainda tocava uma musica francesa
Dessas que chegam nos ofegar
Musica dos apaixonados, do que compreendem a arte de amar
Aos poucos a cena se constrói triste
À medida que percebo o final
Meu coração e minha paixão
Mortos de morte fatal
A cama que repousam frios é a saudade da tua presença
A bebida que tanto sorveram foi a angústia da tua ausência
Cuja dor os absorveu
A paixão morreu de saudades
O coração morreu porque era teu
A paixão morreu de desprezo
O coração morreu de ansiedade
A paixão morreu te gritando
Coração de silenciosa vontade