A LUA E OS VAGALUMES
Que momento grandioso!
Noite escura de roça
dezenas de luzinhas piscando
sobre taboas no brejo.
Eram pirilampos noturnos
trazendo a nostalgia
de noites que não existem mais.
Sinfonia de grilos,
sapos e rãs coaxando,
dormiscando preguiçosos olhões!
Instante de magia
sopro de vento e ao longe,
o som da viola do tocador solitário
cantando mágoas, chorando amores
que ficaram para sempre na imensidão do tempo.
Meu olhar se prendia
na cadência daquelas luzinhas
acendendo e apagando, apagando e acendendo.
Breves clarões!
De repente, lá no horizonte de montes e matas
surgiu gloriosa a lua, cheia, enorme, esplendorosa
pondo fim na escuridão da noite.
Os pirilampos já não luzim mais.
Foram-se.
E levaram consigo todo encanto
daquele momento mágico.
E até a viola calou.
Fiquei apenas eu, numa tristeza infinda
olhando a lua,
imersa em pensamentos,
totalmente envolvida
naquela imensa solidão!