Cheio de vazio querendo te amar
Minh’alma ‘sta triste um pouco
Saudosa e ébria de envolvente paixão
Cá ‘stou no vazio d’uma saudade
Carente de teus carinhos, d’ tua porção
N’alma uma incessante dor angustia
Aflige um pouco e dá paúra
Treme a carne cheia de saudades
Se inflama sem a chama d’alma tua
Coração parece um abismo
Distante da realidade e da razão
Um grande vazio separa dois peitos
Um com saudades e outro sem coração
Sinto a ausência como se um fogo
Arde e queima insolitamente
Parece-me que nem ligas para o que sinto
Só tem compaixão aquele que sente
Se teu peito é vazio e nada abriga
Se t’ua alma é inóspita e não admite hospedar
Cá vivo eu sem teus carinhos
Cheio de vazio querendo te amar
Paradoxo imperfeito, relativo
Na imperfeição de teus afetos e sensações
No complexo teorema de um amor não vivido
Nada foi relativo, cruentas emoções
Na indiferença de quem despreza e não ama
Portou-se como uma rainha fria que manda prender
Pugnaste-me em masmorra fria e escura
No auge d’tua loucura me deixaste ali pra morrer
Venci, oh! perversa majestade
Rompi os laços que me prendiam em sua loucura
Todavia não consegui te esquecer
E pra não te esquecer eu me fiz presa sua
Eu ainda te amo, e isso é verdade
Quis ter outra para ocupar teu lugar
Perdoa se eu devia tê-la esquecido
Mas se a esquecer não me hei de perdoar...