TU, SIMPLESMENTE...
Chegaste de mansinho como se fora uma brisa
Tocaste levemente, ternamente o meu coração,
Há tanto desabitado e me inspiraste amor.
E aquela manhã que parecia terrivelmente fria
Tu, com tua cálida voz a inundaste de emoção,
E eu até cantei quando antes chorava a minha dor.
Tu, simplesmente fizeste-me voltar no tempo
Em que eu sonhava tanto e era quase feliz...
No entanto, até aqui, foram só sonhos;
Sonhos que a realidade não os aceitou, não quis
E eu permaneci alheia à vida, em todos os momentos
Fingindo para que ninguém tivesse pena do meu pranto.
Mas ao te ouvir assim suavemente,
Como se comparando ao voo de uma gaivota,
Até experimentei ser sonho novamente
Ainda que no momento seja o que importa,
Já que tão pouco ou quase nada tenha
Eu tento ser feliz quando algum sonho brota.
É por esta razão é que sei que ainda existo,
Meu coração ainda quer sonhar,
E sendo assim, com certeza e eu não duvido,
De que algum dia ele possa novamente amar
Com toda força, nisto eu ainda acredito,
Por isso espanto o pranto com o meu cantar.