A PAZ DAS NUVENS

A PAZ DAS NUVENS

O nublado tempo nesse dia chamado hoje,

Exaspera a minha paz, dignamente, estranhamente

Na forma tranquila de espreitar gotas de chuvas,

Água rolando rua abaixo.

Essa sombra refrescante vinda do alto, tateia meu

Coração e o faz aquietar, como se poesia fosse.

Quero o sol?

Quero sim !!!

Em paz estou, porque as mãos aquentadas pelo

Sangue limpo de minhas veias, estão aptas a serem

Mãos de afago.

Em paz estou, porque os joelhos não estão curvados, ante

O marasmo humano posto nas retidões da covardia de pensar livre.

Em paz estou, porque canto a canção da livre e

Irrestrita comunhão com Deus, seguindo a fé de

Saber que sou menor do que todos, até mesmo do

Que uma folha vadia caída sobre o chão molhado.

Quero o sol?

Quero sim !!!

Mas não hoje, não agora...esse afagar das nuvens

Neste dia chamado hoje, me basta em suficiência

De glória molhada em minha boca, que mesmo

Distante do longínquo mar, donde tem o sol

Seu reinado pleno, vivo esse esplêndido instante

De consciência.

Amo viver, sou poeta.