RUAS MORTAS

Estou caminhando por estas ruas mortas,

tentando respirar o denso ar noturno...

As luzes amarelas dos postes tornam tudo ainda mais triste e deprimente

enquanto meus fantasmas me perturbam rondando a minha mente.

Estou caminhando por estas ruas mortas

como se estivesse num labirinto,

sem conseguir encontrar nenhuma saída,

como se estivesse perdido... perdido e soterrado pela vida.

Obstáculos surgem à minha frente,

cercas de arame farpado onde nunca deveriam estar,

pessoas que partiram, as quais eu não deveria ter perdido...

Estou caminhando por estas ruas mortas

mas com a nítida impressão de que estou sendo esquecido.

Cães famintos me esperam atrás da esquina escura,

mas não tenho medo deles...

Eu atravessei a velha estação de trem

sem medo de tropeçar naqueles trilhos,

transpus a escuridão do matagal

e o alto degrau que dá acesso à calçada...

Atravessei a rua e virei a esquina

apesar de ter ouvido os cães latindo ferozmente,

soltos na rua, todos eles, assim como eu, solto e feroz...

Eu pulei os muros e cercas em meu caminho,

é tudo que tenho feito por estas estradas tortas

onde nada acontece e a noite ainda mais me entristece,

numa ilusão tardia, numa esperança mal resolvida...

numa solidão vazia... e minha mente tão cheia...

Tão cheia de vida... Tão cheia de vida...

Roberto Carlos Braz do Nascimento

(ROBERTO BRAZA)

07/11/2012

ROBERTO BRAZA
Enviado por ROBERTO BRAZA em 07/11/2012
Reeditado em 07/11/2012
Código do texto: T3973872
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