Palmeira imperial

Imperial cresceste ao lado da Matriz,
Bonita e zombeteira;
Contemplavam-te ao pé, muito entusiasmados,
Pois eras a primeira.

Tua copa ao vento, desvairada,
Rindo alegremente,
Animando e enchendo o vasto espaço
De cantiga contente.

Ficaste mais alta que a torre da igreja,
Elegante e ouriçada;
E quando posavas, altiva, ao sol poente,
Eras rainha e fada.

Anos passaram, a igreja foi demolida,
E velha e muito triste
Tornaste tu, ó palmeira imperial,
Se é que ainda existe.

A própria natureza matou tua copa.
Um raio deitou-te
As folhas que antes farfalhavam ao vento,
E a beleza tirou-te.

Viste quase todo o progresso da cidade,
Desde o nascimento
Da nossa primeira igreja e matriz
E ainda seu falecimento.

Talvez algum dia alguém se lembre de ti,
E deite ao chão
Teu enorme, esbelto e antigo tronco.
Abençoada mão.

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Morrinhos, 06/11/1975

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 11/10/2012
Código do texto: T3926731
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