Genetriz

Rebento ao empíreo do fúnebre de que me serve de genetriz

Olho a penumbra de o crepúsculo alastrar-se em meu pensamento

Olho atento o luar o suar das vozes, os miseráveis mortos.

Na angústia do espaço

Nas lapides escritas de esperanças.

Ao plano vejo o capim maduro sustentando das carnes um dia vivido

Ao longe vejo a ausência

A cada ensejo um sorvo de sangue com álcool.

Vinho que me parece água, pela tristeza da saudade.

Vejo as horas que ficou para trás

Indivíduos que obteve a morte.

Por notar que a existência é uma ida sem volta, um falha a ser Seguido.

A negritude do lugar me fez pensar em um dia à morte conhecer

Em conceber uma ida sem volta

Sem amor e sem dor.

Mas a mesma escuridão me fez pensar em viver os dias sofridos

Já na madrugada o vinho consumido

O fumo tragado

Deito-me a lapide.

Lapide daquela que me pôs ao mundo

O fruto dela deita-se sobre a mesma.

Nos céus o negro interminável me cega à dimensão da mente

Nos olhos ardentes sinto a lagrima involuntariamente cair

Adverte do cingir quente

Agora jaz não, mas ardente.

O terreno tem a sua vivacidade

O seu odor, terra que vos nutriu.

Nesse período de saudade a história lhe nada vale

A cada momento um sofrimento.

Caminho nas pedras agora, pra ir embora, do sofrimento e lamento.

Nas grades me vejo preso à dor infinita

Dor incomensurável.

Na rua saio vejo a cada passo a Cíntia e a lapide longe mim

O calor esvaindo e a dor saindo

Ando até qualquer canto.

Agora não tenho

Mas quem me guie as ruas, ruas sem saída.