Pra ser o certo
E se eu virasse aquela curva, e se eu seguisse na reta das almas, e se eu insistisse do curso do nada... Talvez o caminho fosse não dar um passo a frente, talvez o caminho fosse não ter caminho algum.
Era na certa pra ser, se a sorte me alcançasse, era quase pra ter se o amanhã não parasse, era na certa pra ser se eu não tivesse vocação pra sofrer.
Os mesmos ruídos de sempre, e eu pra sempre nesse estacionar de solidão, e eu pra nunca me notar na multidão. Era na certa pra ser se meu social acordasse, e quem sabe se meu lado real as vezes gritasse? Não, azul, nunca, mostarda, sintaxe, só queria que você concordasse.
Vamos perder uma parte e meia, vamos jogar pra quem não ganha, vamos apagar o que nem se acendeu... Arruma essa boca, esqueça essa mão, joga fora esses olhares. Pra ser o mesmo, é por ai mesmo que a gente vai.
E eu cuspi aquele sonho, arranhei todas as ilusões, apaguei o sol do meio da sala. Rosnou pra mim, acendeu um sorriso borracha e continuo a ouvir como uma única batida.
E cadê aquele brilho cinzento? O que se faz quando o ultimo cai? Não deixa voar o carinho nem o espinho. É só uma fantasia, é só alguém levando em punho armas que não existem... Era na certa pra ser se algo maior falasse, era quase pra ter quatro e meio aberto se minha terceira parte não fechasse, se o vazio inteiro não chegasse.