ÈDEN... desnudo!

Um dia de plenos sabores...

Trabalhar e estar naturalmente

Compondo uma paisagem multicor!

Se sonho ou transcendo,

Senti-me componente ímpar

De um reino natural!

Sentar sob os coqueiros a espigar

E na fresca sombra vazada

Observando as formigas a labutar,

Receber as gotas-orvalhos

A refrescar-me a face extasiada!

Ao podar a relva lateral,

Observar... e ser observado

Pelas aranhas surpresas,

Por não serem de pronto esmagadas

Pelas pedras que retorno ao lugar,

Devolvendo-lhes o tosco habitat.

Ao lado da pitangueira em flor,

Sentir o perfume da fruta...

Sabor que instiga o experimentar.

Um procurar atento, cuidadoso,

A fruta mais rósea e doce...

Para um doce degustar!

Ao mesmo tempo, absorto,

Deleito-me com a beleza multicor

Das estrelízias em meio ao verde...

São os pássaros do (meu) paraíso!

Meus verdes olhos se banham

De inspiração ao vislumbrar

O azul-reino...

O brilhante laranja...

Destes pássaros abertos em flor!

Um negro contraste anteparo...

Sob os galhos esverdeados,

Tal rubi... em tom concentrado,

As jaboticabas me dão fascinado

A grandeza, o luxo da Divina Criação!

Adocicadas... sugam do caule,

E me ofertam ao paladar

Numa indizível explosão...

O mais doce deleite...perfeição!

Integrado ao harmônico ambiente,

Sinto-me sutilmente envolvido

Num ballet de perfume e sabores a exalar,

Pelas pequenas jatais que pousam em mim,

Beijam... minha salgada pele, suada,

Qual néctar querem de mim degustar.

Ballet de comoção!

Ínfimos seres...

Entre perfumes , flores...

E doces sabores, propiciando

Um naturalíssimo bailar!!!

Naturais e mais esvoaçantes,

Numa visão ímpar e colorida,

Sob as lantanas multitons,

Vem as borboletas saltitantes, leves,

Numa contradança fascinante...

A cada flor polinizar!

E num revoar...ágil,

Mais que brilhante...

Sob o sol que está a nos banhar,

Recebo os felizes beija-flores,

Que delicadamente vem

Aos lirios em flor...

De seu doce néctar

Num beijo se alimentar!

A tarde cai...

Sob os raios que transpassam serenos

As folhagens das parreiras em flor,

Que agridoces me ofertam a degustar

As frutas deste meu paraíso divinal.

Róseas... em tons de rubi,

Alviverdes tons... esbranquecidos,

Das uvas degusto, absorto,

O sabor sem igual deste meu

Edén...

Desnudo, meu paraíso!!!

TEU MENESTREL
Enviado por TEU MENESTREL em 09/09/2012
Código do texto: T3873301
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