Dia poético

O dia por si só amanheceu poético

Com uma chuva fina e lenta em orvalho

Com goteiras em quedas cadenciadas

Em baldes e bacias

Ritmando nosso longo tempo

Digno de uma lareira acesa

Com gravetos secos em estalos

Marcando a evolução sinuosa da labareda

Esfrego minhas mãos em anseio

Querendo sua anatomia

De beber um vinho que acende

De dar sabor e fazer queimar no querer

O fogo do amar e amar

E de duas vontades loucas

Querer fazer de dois, um.

Ofegantes, não cansar.

repirar fundo e tentar várias vezes.

Até entender que dois fazem um

Nas frequentes tentativas

Do calor escaldante da paixão

Luiz Brandão
Enviado por Luiz Brandão em 06/09/2012
Reeditado em 06/09/2012
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