Insolubilia

Aprazem-me as minúcias aprazo-me deles.

Não sei por que, mas me são mui suntuosos.

Queria aprazer e oscular até me carecer

Mas me falta me falta arrojo de me espargir

Pra longe pra bem longe, onde não possa me ver.

E viver, viver de certo meus desvarios.

Seria isso insano? Vergonhoso? Alegria, engano?

Seria eu desatinado nesse baldado amor

Sim baldio, em meu ínfimo ululante.

Inquietude angústia de não ter o iludível

Que me levem para bem longe do que eu quero

Feneço pelos não esboçados gozos

Remito meus carpir velando as volições

Segando entre estas quatro paredes

Não em Arles, mas de Van Gogh insano.

Naldo Martins
Enviado por Naldo Martins em 29/08/2012
Código do texto: T3854365
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