A ÚLTIMA VIAGEM (preâmbulo do derradeiro epílogo)

Aqui detido a conceber todas as razões que dizem não ao tempo findo

Vejo-me seguindo em direção ao que há de ser toda caminhada derradeira

Seria verdadeira a esotérica maneira de chorar pelos que vão sorrindo?

Seria realmente lindo o que se acha no outro lado da fronteira?

Será que indo deixarei nesse torrão quem passe a se sentir como metade?

Eis a pergunta que me invade, eis o tormento que me embala

Posto que a turba tanto fala de uma tal resignada saudade

Ainda que em verdade seja o luto uma visita de alguns dias pela sala!

Decerto, e não duvido, seja em fato a dolorosa mãe das rupturas

Feridas por supostas curas, refém das incontáveis filosofias

Dentre as transcendentes energias que pintam misteriosas molduras

É uma fábrica de conjecturas, roubando ou dando cor às fantasias!

Mas se estiver errada minha alma, que seja lá essa infeliz constatação

Porém aqui meu coração é qual canhão de amor e flor que só dispara

A me dizer que nada se equipara ou mesmo há qualquer comparação

Do que seria a continuação de tudo aquilo que nem mesmo a morte separa!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

reinaldoribeiro.net

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/08/2012
Reeditado em 01/08/2012
Código do texto: T3808625
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