A ÚLTIMA VIAGEM (preâmbulo do derradeiro epílogo)
Aqui detido a conceber todas as razões que dizem não ao tempo findo
Vejo-me seguindo em direção ao que há de ser toda caminhada derradeira
Seria verdadeira a esotérica maneira de chorar pelos que vão sorrindo?
Seria realmente lindo o que se acha no outro lado da fronteira?
Será que indo deixarei nesse torrão quem passe a se sentir como metade?
Eis a pergunta que me invade, eis o tormento que me embala
Posto que a turba tanto fala de uma tal resignada saudade
Ainda que em verdade seja o luto uma visita de alguns dias pela sala!
Decerto, e não duvido, seja em fato a dolorosa mãe das rupturas
Feridas por supostas curas, refém das incontáveis filosofias
Dentre as transcendentes energias que pintam misteriosas molduras
É uma fábrica de conjecturas, roubando ou dando cor às fantasias!
Mas se estiver errada minha alma, que seja lá essa infeliz constatação
Porém aqui meu coração é qual canhão de amor e flor que só dispara
A me dizer que nada se equipara ou mesmo há qualquer comparação
Do que seria a continuação de tudo aquilo que nem mesmo a morte separa!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
reinaldoribeiro.net