NA PAZ DOS MEUS CONFLITOS
Deixem-me aqui ouvindo as vozes e o grito que ensurdecem meu silêncio
Dialogando com o que penso, brincando que eu sou o meu juiz condenador
Deixem-me sorrir da dor, secar a lágrima e dar-lhe adeus com o mesmo lenço
Porque assim tão derrotado eu venço tudo que devo ao que meu eu não me cobrou!
Posto que aqui nessa cartola não há magia que me imponha a fantasia
Só mesmo a crua em demasia, insanidade que me ajuda a desfocar o fim
Falando mal de mim na cena que dos braços meus fugia
Que seu espinho me traria pra ser o mal benévolo de meu jardim!
Ouçam todos os surdos, pois é aos tais que tudo fiz até aqui
Talvez me viram quando não me vi, talvez mentiram com a verdade
Porque há muito que meu pranto faz a sanidade sorrir
Já que seu modo de ao meu coração nutrir é pelo uso da insinceridade !
Que faz meu dia ser a noite mais feliz de toda essa tristeza
Que com delicadeza me faz brutal guerreiro que nunca fui
Que nem sequer influi nos segmentos fúteis dessa incompleta inteireza
E que tem sido banquete e sobremesa na calma guerra que me constitui!
**************************************************************************************
Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
www.reinaldoribeiro.net