Poema de Ninguém

"Oi, meu nome é alguém...

...ou algum...

e só, mas nem um!

De meu pai nada sei,

a não ser que era alguém,

Coisa que também quero ser,

Tá no sangue, Vem do gen.

Nessa terra de ninguém,

Ninguém vive sozinho

Ninguém precisa ser alguém

Ou achar alguém pelo caminho

Por exemplo: João Ninguém,

Pensas que tal é quem?

Somente um ninguém, nada mais.

Mas “João” é o nome que lhe faz.

Esta terra é de ninguém,

Mas ninguém a tem direito,

Se te tornas um alguém

Então tens nome e tens respeito.

Mas se és como eu o sou

Só mais um na multidão

Pensas que tanto errou

Teu destino é triste e vão.

Mas quem vai ver um ninguém

Que na terra não cultiva.

Essa vida é de alguém

Que tenha sua vida ativa.

De quem planta pra colher,

De quem colhe pra comer,

De quem come pra viver,

De quem vive pra morrer...

Ah! Essa tal é cega e burra.

Não sabe quem é o ninguém,

Não sabe quem é alguém

A todos mata e a todos surra.

O fim dos dois é igual

Ninguém morre como alguém

Qual prospera no além????

Me diga qual?

Continuo assim o meu caminho.

Penso baixo e vou sozinho.

Sem a alegria que um dia tive,

Mas alguém conseguiu me roubar.

Das estradas dessa vida,

Ninguém escolhe a mais sofrida,

Por isso por toda a ida

Ninguém precisa chorar.”

“Poema de Ninguém”

Paulo Ribeiro Scalise

Paulo Ribeiro Scallise
Enviado por Paulo Ribeiro Scallise em 26/07/2012
Código do texto: T3797886
Classificação de conteúdo: seguro