CAMINHO DAS ÁRVORES

CAMINHO DAS ÁRVORES


Passei por um caminho
que me exigia pressa
Mas os meus passos em pirraça se fizeram lentos
Porque a minha alma estava sedenta...
E as pessoas me apressavam
E o relógio movia impiedosamente os seus ponteiros
E eu,
eu precisava andar lentamente
para olhar para aquelas árvores...
Uma,
Desvendava-me segredos
Outra,
Lembrava-me a infância!
E eu precisando me apressar...
As pessoas me apressavam,
Talvez elas não soubessem que não era eu,
que era essa tal de poeta que vive em mim....
Talvez elas não soubessem...
que dentro de mim mora um louco
Talvez elas não soubessem...
Que da aspereza daqueles troncos
Eu tirava a doçura da minha vida
Que daqueles galhos repartidos
Eu consertava momentos mal vividos
Talvez elas não soubessem...
Pedi delicadamente com mil gritos na mente,
Que fossem,
que ali me deixassem,
no meu delírio imponente...
E... quando já me sentia aliviada,
na minha mais dócil solidão,
Vi que aquelas pessoas também pararam...
E nasceram novos poetas...
Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 20/07/2012
Reeditado em 20/07/2012
Código do texto: T3787477
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