Escuridão

Hoje o sol invadiu a vida escura,

entrou de soslaio pela fresta aberta ao longo de anos.

Anos de lutas, incertezas, medos...

O sol inundou o cume e do alto da escuridão

dos dias de penúria deixou à mostra o vasto de verdades...

verdades não ditas e nada de novo.

Eram lembranças e esquecimentos, memórias e retratos.

Fatos da vida e o que dela se concluiu... Nada de novo.

Roteiros de um mesmo filme, atores de mesmos rostos...

Minha face plácida, leiga, comum.

A caminhada parecia longa, passos tortos, anjos e corvos.

Caminhando calmo e pouco entusiasmado

e o sol ali, ditando as regras.

Nada de deixar às escuras. Tudo alvo... De novo.

A vida se mostra viva, e as decisões da caminhada

vão aos poucos se moldando aos fatos do presente.

Fatos cotidianos, histórias divididas, sonhos e tantos.

Um toque de crueldade enquanto o dia não finda.

Era noite quando eu quis ouvir tua voz,

trêmulo e desgraçadamente só, eu fingia que era minha

a mulher de colo quente e carinho puro.

Mais um medo claro na penumbra sem lua.

O outono deixa cair suas folhas como a queda da vida

e suas nuances. A vida desenhando seus atos.

Palco vivo, artistas de monólogo único. Mil faces.

Dores de amores e os restos de mim no chão.

O palco se desfaz e os aplausos cessam.

É o fim de mais um dia, e a canção é triste.

Quando a luz voltou, os medos da infância se fizeram reais

e os fantasmas de outrora assistiam a TV na sala de estar.

Riam de tudo, e de hoje, e de antes...

eu os via sem ver graça alguma.

A morte me veio à mente,

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 19/07/2012
Código do texto: T3785954
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