EU E O MAR REVOLTO

de onde a onda vem, se for do bem,

muito bem;

se for do mal, muito mal de onde vem...

oscilante onda perturbada por algo mais,

grandeza física sem sua meta jamais alterar,

periódica no tempo esparçada no ritmo,

é bailante a onda do mar...

espacial agito, se cogito nela estar,

desperta em mim o pensamento: o comprimento,

o tempo de cadência, sua medida em etapa,

seu inverso, meu universo em frequente pensar...

A velocidade da sua arrebentação, se espraia,

e se alonga, espumante, verticosa, apaixonante...

longamente ela vai num tormentoso arrasto...

E eu, em rimas me basto daquela sublime visão,

o negro véu de um penumbroso céu,

a cor cinza do mar revolto, tento avivar a vida,

tento contornar a tristeza do dia nebuloso,

a vontade me diz para esgrimir à força,

já que no âmago do ser me presto,

em ondas também a poesia detona,

verso e mais verso me vem à tona...

Para a vastidão do espaço,

me abro esperando um longo abraço,

da ondina talvez, ou do acaso sem vez,

inebriado estou pelo mar que domina,

pela luz da tarde que termina

e determina a noite que aproxima...

clira
Enviado por clira em 15/07/2012
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