TRANSE
Alguma coisa se passou comigo, uma privação dos sentidos ou um transe não sei, acho que foi um sonho, é talvez tenha sido um sonho.
Primeiro houve som que eu não ouvi
Mesmo assim com surpresa respondi
Em resposta um bilhete eu li
Justo quem eu nunca esqueci
Me dizia que eu sou inesquecível
Contive minhas lágrimas tão comuns
Apenas minhas pois sou feliz para alguns
E senti o sabor outra vez
À voz suave das palavras respondi cortês
O calor do corpo incrível
Foi generoso este sonho um dia inteiro
Temeroso e tristonho venturoso e fagueiro
A canção de um violeiro
Estava seguro num transe incontrolável
Tosco indisfarçável
Vi aqueles negros olhos me fitando
Senti aquelas mãos me afagando
A pele morena se arrepiando
Aquela boca meu beijo implorando
Nada palpável
O dia escureceu eu adormeci sorrindo
Voltei a procurar com a manhã caindo
Foi um sonho lindo
Onde andará minha prometida?
Longe incomunicável