A onde estão minhas flores?

Serenou-se o tempo, quando o verão findou-se,

E olhei pela janela, as gaivotas em migração.

E como a inspiração, o outono adentrou-se

Despetalando minhas flores, jogando folhas ao chão...

~

Os ventos começam a uivar por entre os prédios,

Anunciando a chuva que já começa cair

Atirando-me na solidão, e esta não tem remédio,

Prendendo-me em casa, impedindo-me de sair...

~

Onde estão minhas flores, que deveriam o tempo colorir?

As flores de outono, que aguardam o frio que esta a chegar

Eu espero a primavera, depois do inverno ela há de vir,

Como uma sinfonia, minha vida vai tocar...

~

Flores haverão de trazer-me um novo sentido,

Como os que eu sinto ao pisar no chão

Quero novamente ver o meu jardim florido,

Mas ainda é maio, e devo enfrentar uma outra estação...

~

Quando o tempo virar, a neve vai cobrir o campo,

Será tudo tão branco, o inverno é pobre em cor!

Não haverá pássaros em um poético canto,

E jardins já não possuirão nenhuma flor...

~

Não há poesia que se faça ao frio,

Tornam-se palavras repetidas e dissimuladas

É sem vida, como um peixe fora do rio,

São como pegadas pelo vento apagadas...

~

O meu choro ecoa triste neste universo,

Um universo que uma nova poesia inspirou

Minhas palavras aqui ficam escritas em versos,

Como as flores de um tempo que já passou...

~

Há de chegar à primavera, rainha da estação,

Trazendo-me mais que novas cores

Mas o tempo não passa, se é que passarão,

Então me pergunto, onde estão minhas flores?

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 25/07/2005
Código do texto: T37638