Acordar

Hoje acordei mais eu,

Sem máscara pra usar,

Falando errado pra variar,

Sem sorrir para as paredes

Ou aparentar estar disposto.

Hoje acordei mais feliz

Sem fazer outros gostos.

Hoje,

Levantei de cara amarrada,

Toda amassada,

Morrendo de sono,

Não a desfiz mesmo porque não tenho motivos,

Hoje sou eu,

Naqueles dias mórbidos de outono,

Onde sou realmente mais feliz.

Difícil descrever, hoje é um dos dias que pareço doente,

Mal sabem da felicidade latente,

Que corre incessantemente, por entre entranhas emaranhadas.

Hoje, é aquele dia em que me sinto renovado,

Por um grau de logismo-emocional, bem respirado.

Vendo as folhas caírem, paralelo ao contar os passos,

Nomadeando, vivendo sem que nada fosse em vão.

Com rimas pobres, a tentativa de descrever como estou não serviu,

Assim como o agregado-ego previu, aquela névoa vem e encobre,

O verdadeiro significado da felicidade, oculta no centro do apogeu.

Hoje eu acordei, bem mais eu.