O sol das seis
Altivo, leve e cândido:
O mais instigante que já vi,
O sol das seis.
Faísca de esperança suntuosa
no seu esvaecer milagroso,
ao final das horas da luz do dia.
Tudo veste de dourado,
O sol das seis:
As árvores que passam,
Os carros que passam,
Os postes que passam,
Até o asfalto que passa,
Dando a impressão que tudo passa.
Os olhos marcados pela madrugada
não tem coragem de encarar de todo o sol das seis,
Apenas admiram o véu de luz aurífera que tudo cobre,
a forma como sua luz se projeta no mundo,
do mundo para as lentes,
das lentes para os olhos,
dos olhos para a mente,
da mente... para... os dedos:
os dedos dedilham o dourado do sol das seis.