O sol das seis

Altivo, leve e cândido:

O mais instigante que já vi,

O sol das seis.

Faísca de esperança suntuosa

no seu esvaecer milagroso,

ao final das horas da luz do dia.

Tudo veste de dourado,

O sol das seis:

As árvores que passam,

Os carros que passam,

Os postes que passam,

Até o asfalto que passa,

Dando a impressão que tudo passa.

Os olhos marcados pela madrugada

não tem coragem de encarar de todo o sol das seis,

Apenas admiram o véu de luz aurífera que tudo cobre,

a forma como sua luz se projeta no mundo,

do mundo para as lentes,

das lentes para os olhos,

dos olhos para a mente,

da mente... para... os dedos:

os dedos dedilham o dourado do sol das seis.

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 27/06/2012
Reeditado em 27/06/2012
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