A PALAVRA NUA

Em todo poeta existe um poeta errante navegante Mergulhado no mundo submundo escuro dos delirantes Apalpando encontros desencontros na luz rubra e redonda Com gosto de lua loucura. Na boca faminta de uivos do lobo distante. As vezes acho que esse poeta sonha com a palavra nua A palavra insignificada da alma. A palavra sem brilho e sem a estética Aristotélica. A palavra nada das arquiteturas poéticas. As vezes também acho que o que esse poeta procura Não seja de fato a palavra nua. E sim alguma coisa que anda falando sozinha pelas ruas solitárias Urbanas, chuviscadas e desumanas. Ou quem sabe segue apenas um canto de sereia No mar da linguagem sedutora. Atraindo naufrágios da poesia vida. Versática, serena,bem e maldita.