Violeiro aboiador
Eu sou nascido no mato
Alegria me consola
Já até fiz pregação
Prá gente que mata e esfola
Mas não foi nenhum sermão
Foi toada de viola
Quando canto e comovo
Revivo o que me ocorreu
Misturo o tempo feliz
E outro que se perdeu
Qual recado do destino
Prá alguém que não sofreu
Igual a flauta de pan
O meu canto isolado
Tece no ar quimeras
De um amor do meu passado
E esse aboio dolente
Enfeitiça até o gado.