“MADRIGAL”
Valdemiro Mendonça
Acordei com a fronte suada
Abafado no quarto pequeno.
Sai para luz da minha sacada
No refresco do vento ameno
A lua nova estava acordada
Em comunhão com o sereno,
Minha viola caipira cinturada,
Estava na varanda esquecida.
Convidando para ser tocada,
Numa toada suave e sentida,
E quebrar a pausa silenciada,
Daquela hora já bem vencida.
Dedilhei a corda ainda silente,
Ouvi que ainda estava afinada,
Sentei-me na escada saliente,
Ponteei uma melodiosa toada
E até que o dia se fez presente
Fiz seresta para a madrugada.
Trovador