À Tarde
À tarde quando o dia afrouxa,
O sol que se irradia,
Sinto perfumar-me toda louça
Teu riso de fantasia!
E na sombra imersa do jacarandá
Há tanta paz e frescor
Quando ao longe canta um sabiá
Um cântico em amor!
Talvez passasse uma noite à roseira
A manhã toda aberta,
Ao levantar dos coches na poeira
Do sonhar a ti desperta
Como as nuvens que colorem o céu
Quis eu dar a noitinha,
A luz que alumia a grinalda do véu
No cismar d’andorinha
Mas as aves dormem na laranjeira
Quando o dia vai
E o colmo de uma virgem palmeira
A esta terra cai!
Que belo entardecer neste sertão
Junto da tua fronte
Quanto suspiro aos ais do coração
Ao sol no horizonte.