A VIDA QUE NO SUL DEIXEI
(Ps/108)
Bate fundo, explode por dentro
Uma saudade severa e incontida
Hora passa, hora transpassa
Cresce no coração uma ferida.
Rasgo os véus e trucido estrelas
Delas, lembro frias num céu distante
Longas tardes queria ainda tê-las
O amor lá amei por inteiro!
Flébil a chama convida à vida que lenta queima
Nada igual, sensações guardadas e intransponíveis
Ando devagar porque a pressa já não me apressa
Minh' alma se embala numa canção fadada.
Corpos quentes, ruas e avenidas nuas
Das noites frias de inverno na Rua das Flores
Os bancos da rua se aquecendo de amores
Segredos impregnados nas táboas nuas!
As cores descansam no recinto fechado
Trancado de vida repleto de estrelas
Mar, barcos, rostos e outros guardados
Aguardam as telas que não mais pude vê-las!
Ausência do som das teclas em luto
Daqui a tocar ouço a vida, prescruto
Choro a canção composta, ora ouvida,
Harmonia e brilho d'uma lembrança colorida.
Quero que o mar, as gaivotas e o Cristo na baía
Ouça o meu lamento angustiado semi-soterrado
Porque chove sempre às tardes no sobrado
Quero voltar e ver a luz da minha alegria!
Quero, ainda, o cheiro da tinta-óleo inalar
Quero, ainda, encontrar a chave da sala, só
Quero, ainda, as cores na tela espalhar
Quero, ainda para o Sul apenas, voltar!
(Ps/108)
Bate fundo, explode por dentro
Uma saudade severa e incontida
Hora passa, hora transpassa
Cresce no coração uma ferida.
Rasgo os véus e trucido estrelas
Delas, lembro frias num céu distante
Longas tardes queria ainda tê-las
O amor lá amei por inteiro!
Flébil a chama convida à vida que lenta queima
Nada igual, sensações guardadas e intransponíveis
Ando devagar porque a pressa já não me apressa
Minh' alma se embala numa canção fadada.
Corpos quentes, ruas e avenidas nuas
Das noites frias de inverno na Rua das Flores
Os bancos da rua se aquecendo de amores
Segredos impregnados nas táboas nuas!
As cores descansam no recinto fechado
Trancado de vida repleto de estrelas
Mar, barcos, rostos e outros guardados
Aguardam as telas que não mais pude vê-las!
Ausência do som das teclas em luto
Daqui a tocar ouço a vida, prescruto
Choro a canção composta, ora ouvida,
Harmonia e brilho d'uma lembrança colorida.
Quero que o mar, as gaivotas e o Cristo na baía
Ouça o meu lamento angustiado semi-soterrado
Porque chove sempre às tardes no sobrado
Quero voltar e ver a luz da minha alegria!
Quero, ainda, o cheiro da tinta-óleo inalar
Quero, ainda, encontrar a chave da sala, só
Quero, ainda, as cores na tela espalhar
Quero, ainda para o Sul apenas, voltar!