MENSAGEIRO DO MAL

Assim como um maldito câncer

Ou uma lepra, chaga incurável.

Que traz para a vida injuria

Lamento, sofrimento e dor

Assim sou eu para os meus

Desgraça dos sonhos seus

O peso que ninguém suporta

A materialização do horror.

Tenho a infinita certeza

Que tudo que provem de mim

São lástimas cruzes e credos

Ante o pasmo pelo pavor

Causado pelo assombro

Ao ver o monte de escombros

Que estes meus preceitos loucos

Repentinamente gerou.

A minha simples presença

Incomoda tira o sossego

Parece que sou um demônio

Ou um anjo vingador

Sinto-me um pouco perdido

Por ser um incompreendido

Que por qualquer lugar que passa

Prega o ódio e o terror.

São tantos os imaculados

Que torcem seus santos narizes

Ao escutarem meu nome

Da boca de um interlocutor

Relatam os meus mal feitos

Magnificam meus defeitos

Lançam meu nome na lama

Comparam-no com cocô.

Os mais sanguinários bárbaros

Os mais cruéis ditadores

O mais vil dos vis senhores

Nem de longe são como sou

Para os néscios que me detestam

As coisas que faço não prestam

Anseiam o dia que alguém diga

Que a minha existência acabou.

Dentro da minha triste alma

Flutuam muitos sentimentos

Que me fazem chorar por dentro

Porém não guardo rancor

Toco pra frente a minha vida

Com o sangue a jorrar das feridas

Persisto nesta árdua lida

Infinitamente vou...

Allan Johnny
Enviado por Allan Johnny em 25/04/2012
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