Caligrafia Suja
Eu, cidadão da fúria,
Do calor escaldante
Que espelho luxúria
Mas sou ébrio viajante
(pois poeta é sem lar,
sem vida, sem amante)
Vim tão somente para deixar
Alguns versos dos quais antes
Não ousaria ditar
- eram só meus os diamantes -
Mas no instante do calar
Ouvi me velando os distantes
Então eu, cidadão desta cidade,
Que passam rua como páginas
Deixei nos muros vaidades
Pra quem quiser lavar
Com lágrimas.