O pequenino menino e o sonho azul...
Pequenino...
Pequeno, pequenino era o menino...
Menino de pés descalços correndo pelo terreiro da tapera...
Ali em meio a terra e o cheiro da miséria, o pequenino menino conseguia olhar tudo como se ali reinasse a fantasia e a poesia.
O cheiro de coisa podre se tornava cheiro de rosas.
E a terra ganhava vida, mergulhando no sol a luz saia das trevas de uma vida seca de esperança.
Mas, coração de criança batia forte...
Sonhando ser herói, sonhando com um pai, uma mãe; ou simplesmente com uma comida descente.
Porque há coisas que só uma criança sente...
Porque há coisas que só uma criança vê...
O céu se abrir e um anjo vir descendo na luz azul de um delirante sonho azul.
Porque o pequenino menino sorri mesmo com a lágrima nos olhos e no coração...
Porque na alma do pequenino menino só há espaço para a luz e para uma alegria que nasce simplesmente por nascer, sem motivo, sem razão ou circunstância.
A paz persistindo na alma pura de uma criança da cara suja.
E o menino pequenino segue sem saber para onde...
Buscando um sonho que por muito o impediu de viver...
Mas, a criança inocente no peito dormente, um dia dormirá e acordará adulta para uma vida dura, triste; mas que ainda lhe pode trazer algo, sim, a vida ainda poderá trazer para aquela criança senão alegria, pelo menos um pouco de poesia.
Sim, a vida sempre haverá de trazer para o coração daquele menino, senão alegria, pelo menos um pouco de poesia.
POESIA INSPIRADA NA MÚSICA DO ROUPA NOVA: DE VOLTA AO COMEÇO.