Na beira do rio

Debaixo dum pé de gameleira, às margens do velho monge....

um diálogo na brisa, uma conversa em prosa,

falando de Timon, ao vivo.

E a cerveja trincano.

Tô veno o troca-troca, o mercado véi, a maranhão e suas meninas.

O diabo é o calor. Daqui donde eu tô, dá uns 40.

Né, não?!

Ma rapá, eita calor da bixiga.

Vô me sentar na caixa de madeira,

vô prestando atenção.

Hó o diabo! Ah bicho fulero.

Teresina tá cada dia maior, parece até cidade grande.

Ôxe, e né não!?

Falta pouco. Mas a gente chega lá.

Vô sair e cumê marisabel, lá na piçarra.

Tomar uma cajuína e tirar um cochilo.

Pois eu vô também, mas na matinha.

De noite no cristo rei, vou vê minha menina.

E as raparigas do São João.

É não, é?!

Ali é pra cabra macho.

Qualira num vai lá, não.

Que é que há, rapaiz?!

Hora, mais!

Diabéisso?! Pergunta um tolo.

É a conversa calma de dois piauienses.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 03/04/2012
Reeditado em 18/06/2018
Código do texto: T3591871
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