Na beira do rio
Debaixo dum pé de gameleira, às margens do velho monge....
um diálogo na brisa, uma conversa em prosa,
falando de Timon, ao vivo.
E a cerveja trincano.
Tô veno o troca-troca, o mercado véi, a maranhão e suas meninas.
O diabo é o calor. Daqui donde eu tô, dá uns 40.
Né, não?!
Ma rapá, eita calor da bixiga.
Vô me sentar na caixa de madeira,
vô prestando atenção.
Hó o diabo! Ah bicho fulero.
Teresina tá cada dia maior, parece até cidade grande.
Ôxe, e né não!?
Falta pouco. Mas a gente chega lá.
Vô sair e cumê marisabel, lá na piçarra.
Tomar uma cajuína e tirar um cochilo.
Pois eu vô também, mas na matinha.
De noite no cristo rei, vou vê minha menina.
E as raparigas do São João.
É não, é?!
Ali é pra cabra macho.
Qualira num vai lá, não.
Que é que há, rapaiz?!
Hora, mais!
Diabéisso?! Pergunta um tolo.
É a conversa calma de dois piauienses.