Soltos
Soltos
O riso foi aprisionado em
faces desfiguradas.
O grito contido nos
vales dos medos.
O silêncio, substituído por
um gemido abafado.
Os passos foram cerceados
em prisões de palácios.
As palavras, dispersas
navegavam em rabiscos ilegíveis.
O banco da praça era
o retrato do abandono.
Os pensamentos, no entanto,
saltaram ao vento em rodopios
e suaves bailados,
cruzando o espaço de radiosa
manhã, sem que nada pudesse
detê-los.
Pensamentos não se aprisionam.