A janela verde-musgo
Ainda muito jovem, milhares de vezes eu sonhara, admirando a paisagem daquela antiga rua pacata. Quanta jovem de minha idade me instigara ao vergel de tenra mata, que ao longe avistara. Quem era eu afinal? Quem era eu afinal e, por que estivera ali, aliás, por que até hoje nada daquilo entendi? Um rapazote sonhador e inconsciente de vida futura, e refestelada lida achada perdida ao som nostálgico de um fagote soprado pelo velho visinho, Guidotti, e remida num elo perdida... A janela já era de verde-musgo desbotado pelo tempo. Quiçá, outro como eu por ali também sonhara com sua visionária namorada qual vislumbrara na calçada da frente ao nada do fatal contratempo. A nostálgica janela, já não mais existe, apenas no meu pensar ela persisti estar, ora alegre, ora triste a fantasiar um passado distante a se me apresentar num instante e, a me fazer rir de um chorar constante.
Quem sou eu afinal?