Ensaios de morrer
Brigou com a escuridão da noite
No seu leito de dormir
Rodou o filme da sua consciência
Como espasmos de um açoite
Em forma de reminiscências
Procurou confuso, penitencias
Brigou com as reticências
Esboçou nos lábios direitos de sorrir
Arrepios causados por uma brisa estranha
Parecia escapulir da sua entranha
Soprando na manha, seus ouvidos
Misturando-se com os zumbidos
Sussurros do tempo, adquiridos
Causando estranhos alaridos
Era um prenuncio, um anúncio
Era um aviso de improviso
Ou era uma brisa, profetisa
Ou seria o canto do desencanto
A chuva forte bateu no telhado
Escorrendo em bicas para o chão molhado
Gotas em forma de horrores, cheias de dores
Batendo forte como tambores
Sons estranhos de gemidos
De fantasmas de tempos idos
Não esquecidos, bem sofridos
Fazendo lembrar meus dissabores
Na fronte, o suor
Do momento pior
Sensação de um corpo enterrado
Ou de um semi-morto desesperado
De um sofrimento maior
De um limite de tempo ultrapassado
Com cada momento contado
Camuflagens de alívios em forma de insulina
Nos olhos chega a neblina
E no peito o ronco da indisciplina
Ausência total de adrenalina
Zombando da morte menina