Noites de Março

Ainda há pouco passei pelo cemitério

me fascina tanto aquele lugar

E essas cálidas noites de Março

tão cheias de sentimento,puro cinza de saudade

O verão vai terminando e prepara

o Outono que chega devagar.

Lua cheia inunda o campo com uma luz baça,

vacilante e convidativa

O silencio dos sepulcros,perfume de flores murchas

mão diáfana me conduz.

Mais perto,o contato com o ferro frio do portão

fez contraste impetuoso com a ousadia

Do coração.

Ahh como eu queria,caminhar pelas alamedas

vazias e estreitas

Roçar a pele contra o ervaçal espinhoso e esparso.

Tremula,de medo e desejo

roubar ósculos dos querubins de mármore

Manchando a pura inocencia triste

que sua imagem evoca.

Esqueço o corpo na pedra fria,e durmo,sono sem fim.